sábado, 28 de janeiro de 2012

Fim de estacionamento vai parar na Justiça

A proibição de estacionar veículos ao longo da Avenida Morangueira nos dois horários de maior movimento a partir do próximo dia 15 levou quase 200 comerciantes a entrar na Justiça para impedir a execução do projeto. Eles alegam que a proibição resultará em prejuízos, porque ocorerá nos horários de maior movimento dos estabelecimentos deles. A prefeitura, no entanto, discorda e alega que a medida, comum na maioria das grandes cidades, é necessária para garantir a eficiência do transporte coletivo urbano e evitar o colapso do trânsito naquela região da cidade.
Principal via de ligação da zona norte com o Centro, a Morangueira ainda é sobrecarregada pela entrada e saída de centenas de caminhões e carretas pela manhã e à tarde, justamente nos horários de "rush". Assim, o trecho de 3,2 mil metros entre as avenidas Colombo e Alexandre Rasgulaeff, que deveria ser percorrido em cinco minutos, vira uma viagem de até meia hora.
O projeto da prefeitura, elaborado há um ano por uma empresa especializada em logística e Engenharia de Trânsito e executado pela Secretaria de Transportes (Setran), objetiva proibir o estacionamento na Morangueira entre as seis e nove horas e entre 17 e 19 horas, deixando livre um corredor para os ônibus.


Empresários alegam que terão prejuízos com a proibição no horário de maior movimento nos estabelecimentos deles; prefeitura argumento que medida é necessária para garantir eficiência do transporte coletivo urbano
"Eu concordo com a medida, mas os comerciantes, que pagam os impostos e geram empregos não podem arcar com a conta", diz Geraldo Stroppa, proprietário de um supermercado cujos horários de maior movimento são "quando as pessoas vão ou voltam do trabalho". Todos os vizinhos concordam, principalmente, a família Paixão, proprietária da Panificadora Fabiana, que lota entre as 17 e 19 horas, quando as pessoas saem do trabalho. "Se não pode parar, porque alguém vai entrar aqui ou em qualquer outro estabelecimento da avenida?", diz.O eletrotécnico Adenilson Carlos Pires Cardoso, proprietário da Eletrônica Marília, argumenta que os objetos que conserta "são trazidos quando as pessoas sobem para o trabalho e levados quando retornam, mas como uma pessoa vai estacionar a uma ou duas quadras de distância e chegar até aqui com um televisor de quarenta polegadas nas costas?". "Ou um saco de ração de quarenta quilos?", emenda a dona da agropecuária e pet shop Boi Forte, Aparecida Trevisan. Em tom semelhante seguem representantes de lojas de autopeças, açougues, oficinas, lojas de confecções e até de bares.
Força do progresso:O secretário de Transportes, Valdir Pignata, que enfrenta a ira dos comerciantes da Morangueira, defende que a criação de corredores de ônibus é inevitável diante do crescimento da cidade, lembrando que no Paraná eles já são comuns em Curitiba e Londrina. "Enquanto uma pessoa de carro, na hora do rush, vai demorar 15 ou 20 minutos para percorrer três quilômetros, 40 ou 50 pessoas percorrerão em cinco minutos esse trecho de ônibus em um corredor exclusivo". Segundo ele, dando mais agilidade aos ônibus, as pessoas serão incentivas a deixar o carro em casa e ir trabalhar de ônibus, evitando aborrecimentos no trânsito e as dificuldades para encontrar vagas de estacionamento. "Um ônibus vai substituir 30 carros ou mais", compara.Antes de colocar o projeto em execução, a prefeitura realizou um levantamento e constatou que a maioria dos carros estacionados ao longo da Avenida Morangueira pertence aos proprietários dos estabelecimentos comerciais e aos funcionários deles.Inf:O Diario

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