domingo, 12 de fevereiro de 2012

Maringaense abusa da velocidade e ignora placas


ma pesquisa feita pelo O Diário, em sete pontos da cidade, mostrou que o motorista maringaense ignora a sinalização de trânsito, colocada ao longo das vias, e corre mais que o permitido. 

O trabalho de medição feito durante 70 minutos - 10 minutos em cada ponto - nas avenidas Morangueira, Colombo, Sinclair Sambatti (Contorno Sul), Nildo Ribeiro da Rocha, José Alves Nendo, Petrônio Portela e Horácio Raccanelo, tendo como base as velocidades estabelecidas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mostrou que, na média, os motoristas rodam a 36,7 km/h acima da velocidade estabelecida para a via. 

Em todas as medições feitas pela reportagem, na última terça-feira, utilizando um radar móvel emprestado pela Secretaria de Transportes (Setran), foram flagrados veículos a mais de 50% acima da velocidade permitida. E uma curiosidade: todas as motos que passaram pelo radar durante a pesquisa estavam em excesso de velocidade.
Ricardo Lopes

Gol foi flagrado a 136 km/h no Contorno Sul, 70% acima da velocidade permitida, que é de 80 km/h
Na Avenida Morangueira, uma artéria que, segundo estabelece o código, deve-se dirigir a 60 km/h, uma picape passou pelo radar a 93 km/h - 56% acima do permitido, o que daria suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista, além da multa de R$ 191,54. 

Na Avenida Colombo, também uma artéria com velocidade de 60 km/h, uma moto cruzou a 99 km/h, 65% acima da velocidade permitida, também motivo para cassação da CNH e multa. No Contorno Sul, classificado pelo CTB como uma via urbana de trânsito rápido e velocidade máxima de 80 km/h, um Volkswagen Gol foi flagrado a 136 km/h, 70% acima do permitido. 

Os piores exemplos foram encontrados pela reportagem nas avenidas José Alves Nendo e Petrônio Portela, ambas "vias coletoras", onde segundo a classificação do código, a velocidade não pode passar dos 40 km/h.

Na José Alves Nendo, a 300 metros da sede da Polícia Federal, foram registrados três maus exemplos. Um Volkswagen Logus e uma moto passaram pelo radar a 94 km/h, 135% acima do máximo permitido. E um outro motociclista passou sem capacete. Todos casos para suspensão e multa. 

Na Petrônio Portela, uma avenida por onde transitam ônibus escolares e estudantes, todos os carros, caminhonetes e motos que passaram durante os 10 minutos de observação desenvolviam velocidades pelo menos 60% acima dos 40 km/h permitidos. A menor velocidade registrada foi de um Palio, que passou a 68 km/h, e a maior, de um Uno a 92 km/h.


Radares

O excesso de velocidade é uma das principais causas de acidentes e multas. No total, 42% das 139 mil multas aplicadas em Maringá, no ano passado, foram por excesso de velocidade, registradas por meio de radares. E também um dos maiores motivos de reclamações dos infratores. "Quem é flagrado acima da velocidade permitida, geralmente duvida. Temos que apresentar a foto do radar e ainda assim a pessoa contesta", revela o secretário de Transportes, Valdir Pignata.

O motorista Geraldo Aparecido das Neves faz parte das estatísticas. Ele conta que no ano passado foi multado por um radar e que chegou a procurar a Setran para reclamar. "Sempre andei com tranquilidade, de acordo com as leis e não concordei com a multa. Acabei pagando, mas acho que a sinalização da rua ou radar estava errado".

Segundo a Setran, a desconfiança do motorista não procede porque os radares e a sinalização das ruas não são de responsabilidade direta da secretaria. "Os radares são aferidos pelo Inmetro e a sinalização é disposta, segundo o artigo 61, do CTB", explica. 

Outra reclamação, ouvida pela reportagem, foi quanto à pouca sinalização indicativa de velocidade ao longo do Contorno Sul, principalmente entre o Detran e a entrada do conjunto habitacional Inocente Vilanova Junior, o Borba Gato. 

Apesar da Setran informar que "tão logo houve a pintura no Contorno Sul, também implantamos novas placas", a reportagem contou apenas duas placas, uma indicando 80 km/h logo depois do Detran e outra de 50km/h, próximo ao conjunto. 

A pouca sinalização pode ser um dos fatores que leva os motoristas a trafegarem, naquele trecho, a velocidades acima do permitido. Todos os veículos que passaram pelo radar, durante 10 minutos de observação, estavam na faixa dos 100 a 110 km/h, a mesma da rodovia. "Aqui é 80? Não sabia. Achei que era 110", espantou-se o motorista Josué Coelho Dias. 

Apesar de defender a eficiência da sinalização no local, a Setran lembra que, mesmo que ela seja insuficiente, o motorista tem que saber que aquela via está no perímetro urbano e, de acordo com o CTB, não pode exceder 80 km/h.


CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DE MULTAS

Segundo o artigo 259 do CTB, motorista flagrado em velocidade até 20% superior ao permitido incorre em infração média, que rende perda de quatro pontos na carteira e multa de R$ 85,13. Quem for flagrado a mais de 20% do permitido, perde cinco pontos (infração grave) e paga multa no valor de R$ 127,69. Por fim, mais de 50%, infração gravíssima (sete pontos), multa de R$ 191,54 e suspensão do direito de dirigir.

MEDIÇÕES

Um comentário:

  1. A Setran tem poder p/descontar pontos na CNH? O Radar móvel é prá ser usado acoplado num tripé ou como estão usando de próprio punho.

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