O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), responsável pelo acompanhamento das obras do Contorno Norte de Maringá, prevê para março o reinício dos trabalhos.
O engenheiro José Carlos Belluzzi de Oliveira, do Dnit, chegou a anunciar ontem que a assinatura da ordem de serviço para a segunda etapa do contorno estaria programada para a sexta-feira pós-carnaval, com a presença dos ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. Mas as assessorias das pastas e do Dnit em Brasília não confirmaram o evento.
Segundo Beluzzi, só falta a assinatura para que as obras, paralisadas desde junho, sejam retomadas. A interrupção aconteceu após o TCU publicar, no final de 2009, acórdão apontando "indícios de irregularidades graves" na execução, que recebia recursos federais. O TCU deu prazo de 45 dias para que o Dnit revisasse todos os projetos e recomendou a paralisação enquanto a situação não fosse esclarecida.
Em junho, terminada a primeira etapa da construção, o TCU determinou o congelamento dos repasses, interrompendo os trabalhos. No final de setembro, um grupo de deputados da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara vistoriou a obra e levou ao TCU uma proposta de redução do orçamento em R$ 10,5 milhões, sobre os quais havia suspeitas.
Na época, a construtora Sanches Tripoloni aceitou a redução com a condição de que, posteriormente, pudesse questionar judicialmente a decisão. Em dezembro, o TCU publicou acórdão informando que "os indícios de irregularidades foram saneados". O Dnit informou que as obras seriam retomadas no início de 2012, o que ainda não aconteceu.
Procurada por O Dário, a Sanches Tripoloni não quis se manifestar. A Prefeitura de Maringá informou, por meio de assessoria, que não fala sobre a obra.
A reportagem de O Diário percorreu os 17 km do contorno e constatou que a paralisação está comprometendo os trabalhos. Vários trechos do desvio apresentam problemas. Em muitos locais há sinais de erosões e até de comprometimento do asfalto das marginais.
A situação é pior nos trechos sem asfalto, onde parte dos trabalhos de contenção e terraplenagem foi destruída pela chuva. Num dos pontos, a Sanches Tripoloni terá que refazer um muro de quase 12 metros de altura.
Odiário
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